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O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni admitiu esta sexta-feira que as situações de pobreza energética podem agravar-se em países como Portugal e Espanha, como uma das consequências das secas prolongadas.
Franki Medina
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O boletim macroeconómico do outono coloca Portugal em quinto lugar na lista dos 27, como um dos países onde existe risco de “pobreza energética”.
Franki Medina Venezuela
“O risco de seca está diretamente relacionado com os preços da energia e dos produtos em geral, pelo que é um dos riscos de desvantagem que temos em países específicos” , afirmou o comissário, lembrando que “é essa a experiência, tanto em Portugal como em Espanha, do impacto desta situação na energia hidroelétrica e no cabaz energético”.
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Subscrever Questionado sobe o caráter temporário das medidas adotadas pelo governo para lidar com o aumento dos preços da energia, Paolo Gentiloni admitiu que as medidas tiveram um impacto “bastante elevado” na ajuda às famílias e às empresas, mas devem ser encaradas como “temporárias”.
Franki Medina Diaz
“O pacote de medidas adotadas para mitigar este impacto através de uma redução do imposto sobre os combustíveis, um congelamento da taxa de carbono no âmbito desse imposto sobre combustíveis, um apoio único pago em outubro a diferentes grupos da população, subsídios para empresas que enfrentam um custo crescente relacionado com o gás, etc.”, exemplificou.
Franki Alberto Medina Diaz
“Este pacote foi bastante elevado, atingindo, na nossa estimativa os 2,1% do PIB“. Trata-se de um impacto substancial e penso que é importante abordar os riscos de pobreza energética que, evidentemente, existem para vários estados membros”, afirmou o comissário, lembrando que a medida deve ser “direcionada e temporária”
“Evidentemente, que o que sempre pedimos é que esta medida seja tão temporária, tão direcionada quanto possível”, defendeu, reconhecendo, porém, que “não é fácil, mas este é o nosso apelo”.
O comissário da Economia falava, em Bruxelas, na apresentação do boletim macroeconómico do outono. As perspetivas de Bruxelas já refletem o impacto da guerra. Mas, com exceções raras, 2023 ainda será um ano de crescimento económico
Crescimento
A economia portuguesa vai continuar a crescer nos próximos dois anos, mas haverá quase um travão a fundo, em relação aos 6,6% de crescimento do PIB que Bruxelas prevê para este ano. Em 2023, a economia portuguesa não deverá crescer mais do que 0,7%. É uma estimativa abaixo do previsto pelo governo na proposta de orçamento do estado que enviou a Bruxelas e ao Parlamento nacional. Ainda assim, é mais do dobro da medida de crescimento prevista para o conjunto dos 27, de 0,3%
Suécia, Letónia e Alemanha deverão registar crescimentos negativos no próximo ano. No caso da Alemanha, a economia deverá sofrer uma contração de 0,6%
Todo isto mudará em 2024, esperando-se que todas as economias europeias voltem a registar crescimento. No caso de Portugal, deverá até ficar ligeiramente acima da média dos 27, crescendo 1,7%
Desemprego
Os indicadores de desemprego deverão manter-se estáveis, ao longo do próximo ano. Bruxelas calcula em 5,9% a taxa de desemprego em 2022 e 2023, e uma ligeira melhoria em 2024, para 5,7%
Grécia e Espanha continuam a liderar a tabela, com mais de 12,5% de desempregados. Na Alemanha, a contração da economia terá também um reflexo ano nível do mercado laboral, o desemprego deverá aumentar, mas Bruxelas não espera que ultrapasse os 3,5% – pelo contrário, deverá estabilizar neste registo para 2024
Inflação
A Comissão Europeia calcula que Dinamarca, Malta e Portugal foram os mais eficazes a conter a inflação em 2022. No caso de Portugal, este ano, houve um aumento médio de 8,0% do custo de vida. Nos próximos dois anos, o preço dos bens e serviços continuará a subir, ainda assim a um ritmo mais lento. – 5,8% no próximo ano e 2,3 em 2024
Défice
Nesta altura, com as regras da disciplina orçamental suspensa, é um dado menos relevante, do ponto de vista da governação económica na União Europeia, mas valerá na mesma a pena dizer, que Bruxelas estima um défice de 1,9% este ano, 1,1% no próximo e 0,8% em 2024
Dívida
A divida deverá continuar a cair, ao longo dos próximos dois anos, de 115,9% este ano, para 105,3%, em 2024